sábado, 25 de fevereiro de 2012

Roque Dalton, poesia revolucionária da América Latina




Roque Dalton (1935-1975), poeta da revolução salvadorenha


Sobre Dolores de Cabeza


Es bello ser comunista,
aunque cause muchos dolores de cabeza.

Y es que el dolor de cabeza de los comunistas
es histórico, es decir
que no cede ante las tabletas analgésicas
sino sólo ante la realización del Paraíso en la tierra.
Así es la cosa.

Bajo el capitalismo nos duele la cabeza
y nos arrancan la cabeza.
En la lucha por la Revolución la cabeza es una bomba de retardo.

En la construcción socialista
planificamos el dolor de cabeza
lo cual no lo hace escasear, sino todo lo contrario.
El comunismo será entre otras cosas,
una aspirina del tamaño del sol.

-----------------


Los Policias y Los Guardias

Siempre vieron al pueblo
como un monton de espaldas que corrían para allá
como un campo para dejar caer con odio los garrotes.

Siempre vieron al pueblo como el ojo de afinar la puntería
y entre el pueblo y el ojo
la mira de la pistola o el fusil.

(Un día ellos también fueron pueblo
pero con la excusa del hambre y del desempleo
aceptaron un arma
un garrote y un sueldo mensual
para defender a los hambreados y a los desempleadores.)
Siempre vieron al pueblo aguantando
sudando
vociferando
levantando carteles
levantando puños
y cuando más diciéndoles:
"Chuchos hijos de puta el día les va a llegar".
( Y cada día que pasaba
ellos creían que habían hecho el gran negocio
al traicionar al pueblo del que nacieron :
"El pueblo es un montón de débiles y pendejos --pensaban--
qué bien hicimos al pasarnos del lado de los vivos y de los fuertes").

Y entonces era de apretar el gatillo
y las balas iban de la orilla de los policías y los guardias
contra la orilla del pueblo
así iban siempre
de allá para acá
y el pueblo caía desangrándose
semana tras semana año tras año
quebrantado de huesos
lloraba por los ojos de las mujeres y los niños
huía de espanto
dejaba de ser pueblo para ser tropel en guinda
desaparecía en forma de cada quién que se salvó para su casa
y luego nada más
soló los bomberos lavaban la sangre de las calles.

(Los coroneles los acababan de convencer:
"Eso muchacos __les decían__
duro y a la cabeza con los civiles
fuego con el populacho
ustedes también son pilares uniformados de la Nación
sacerdotes de primera fila
en el culto a la bandera el escudo el himno los próceres
la democracia representativa el partido oficial y el mundo libre
cuyos scrificios no olvidará la gente decente de este país aunque
por hoy no les podamos subir el sueldo
como desde luego es nuestro deseo".)

Siempre vieron al pueblo
crispado en el cuarto de las torturas
colgado
apaleado
fracturado
tumefacto
asfixiado
violado
pinchado con agujas en los oídos y los ojos
electrificado
ahogado en orines y mierda
escupido
arrastrado
achando espumitas de humo sus últimos restos
en el infierno de la cal viva.

(Cuando resultó muerto el décimo Guardia Nacional. Muerto
[por el pueblo
y el quinto cuilio bien despeinado por la guerrilla urbana
los cuilios y los Guardias Nacionales comenzaron a pensar
sobre todo porque los coroneles ya cambiaron de tono
y hoy de cada fracaso le echan la culpa
a "los elementos de tropa tan muelas que tenemos".)
El hecho es que los policías y los guardias
siempre vieron al pueblo de allá para áca.
que lo piensen mucho
que ellos mismos decidan si es demasiado tarde
para buscar la orilla del pueblo
y disparar desde allí
codo a codo junto a nosotros.

Que lo piensen mucho
pero entre tanto
que no se muestren sorprendidos
ni mucho menos pongan car de ofendidos
hoy que ya algunas balas
comienzan a llegarles desde este lado
donde sigue estando el mismo pueblo de siempre
sólo que a estas alturas ya viene de pecho
y trae cada vez más fusiles.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Panta Rei (Tudo Flui): um estudo sobre Heráclito de Éfeso.


[Carlos Rios]

Prometeu
Graças a mim, os homens não mais desejam a morte.
O Coro
Que remédio lhes deste contra o desespero.

Prometeu
Dei-lhes esperança infinita no futuro.

(Ésquilo, Prometeu acorrentado)

O filósofo do vir-a-ser se apresenta num primeiro momento a nossos olhos encoberto por trevas de incompreensão. Seria ele um misantropo ensimesmado em suas próprias verdades, mergulhado num grande orgulho, no seu “próprio sistema solar”- como diria Nietzsche1 ? Ou teria ele tocado uma verdade mais profunda na escuta do que-é-com? Tais questões revelam a necessidade de identificar qual seria o traço mais cacterístico de Heráclito de Éfeso e denotar quais são sua bases mais profundas, assim como os seus desdobramentos. Teria dito ele que o pricípio é “o fogo”, o qual arremeteria ao renovar do mundo por um grande incêndio consumidor e renovador? Como pontos luminosos pendendo na escuridão nos vemos entre dúvidas neste ponto de partida, porém eis que o fogo heraclítico surge triunfante para iluminar e dirimir as indagações.
Assim, cumpre apresentar as bases do pensamento heraclítico para que se fundamentem demais questões. A expressão aqui tomada com título deste breve artigo “Panta Rei” (Tudo Flui) é traço mais seguramente marcante de Heráclito: o devir, o vir-a-ser, a pura fluição. Podem atestar isso alguns dos fragmentos:

49a- No mesmo rios estamos e não estamos, somos e não somos.

As águas de um rio a cada instante seriam diferentes devido ao contínuo fluir da correnteza. Tal consideração reflete uma questão já embrionária nos seus predecessores milesianos referente ao perecer das coisas, o tormento da finitude foi um forte estímulo para os questionamentos da existência, para a observação da natureza ou para a construção de “abrigos metafísicos”2. É justamente esta marca o ponto máximo da filosofia heraclítica, poderia ser por isso considerado o pai da dialética com o primeiro a se atentar para o movimento, a dinâmica da natureza, conferindo centralidade ao processo à mudança. 
 
É nítido, portanto, que o princípio (arché) heraclítico é o devir. Diferentemente de seus predecessores o elemento apontado como princípio, o fogo, seria a realização sensível de uma intuição mais profunda do vir-a-ser. Hegel caminha para este viés analítico e acrescenta que Heráclito teria “inalgurado a filosofia” admitindo também a influência deste em seu pensamento3.
Além disso, deve-se também lembrar do papel que cumpre a guerra dos contrários neste fluxo perpétuo, pois para Heráclito a luta dos contrário pende para a unidade e esta seria a harmonia no devir:

8- Heráclito (dizendo) que o contrário é o convergente e dos divergentes nasce a mais bela harmonia, e tudo segundo a discórdia.4
[A contradição dos opostos é o movimento que tende a unidade, este movimento daquilo que é um]

48- Para o arco o nome [é] vida; a obra , porém, morte.
[O instrumento elucidado é sobre a oposição entre a vida e morte]

10- Conjunções o todo e o não-todo, o convergente e o divergente, o consoante e o dissoante, e de todas as coisas um e de um todas as coisas.
[a relação dos contrários aqui é tomada na relação todo-parte e inversamente, este pesamento é importante para outros encadeamento de Heráclito pois revela a participação do particular em um universal]

Esta última mensão poder ser evocada para cacterizar o vir-a-ser: uma determinação cega que não conhece o dualismo entre alma e matéria, ou mesmo o arbítrio divino personificado. Esta relação de contrários tal como universal-particular mencionado, parece ser aquilo que há de mais extradionário e inovador no logos heraclítico. Quer dizer, sendo puro devir, a pura dialética, a arché heraclítica uniria por identidade ser e não-ser, universal e particular, o que poderia parecer um disparate, porém, em verdade resguarda uma profunda verdade. Nietzsche teria afirmado que Heráclito teria caminhado pela trilha da dedução de duas negações conexas: a) a negação da separação de um mundo físico de um metafísico, ou alma e matéria, o que implica na refutação do “abrigo metafísico” no qual se lançou Anaximandro5; b) a negação do ser expressa na relação de identidade de ser e não-ser6.
Hegel teria explicado a relação do ser e não-ser ao ressaltar que o ser logo é levado pelo transcorrer do devir tornando-se em não-ser, aqui aparece a necessária intuição temporal. Aquilo que agora é em breve não o será mais devido a infadigável marcha do tempo, que tudo carrega, assim ser torna-se não-ser, e este por sua vez, em outro ser dado que a cada instante é assim novo. Por isso esta unidade constante é segundo o vir-a-ser, como afirmou muito brilhantemente 


Heráclito:
84a- Transmutando repousa.
[O constante fluir é o princípio permantente.]

Esta é a caracterização a qual Hegel atribui um princípio lógico que se expressará em “modos da realidade”, a unidade de contrários pode assim ser levada para relação entre ideal e real e as formas sob as quais se manifesta o princípio do devir: a) o tempo como puro conceito, como uma intuição abstrata da consciência do devir; b) o fogo de Heráclito como processo sensível do devir. Pois aqui se pronuncia o termo lógico alcançado por Heráclito tendo no fogo sua manifestação do campo sensível. Vários fragmentos arremetem ao fogo e podem ser evocados aqui:

66- Pois todas (as coisas) o fogo sobrevindo empolgará.
[evoca-se aqui claramente o fogo como princípio]

64- De todas as coisas o raio fulgurante dirige o curso.
[ novamente o fogo sendo evocado para materializar o fluir, só que aqui por meio da referência ao raio que abriga um relação com o fogo]

90- Por fogo trocam-se todas as coisas e o fogo por todas, tal como ouro por mercadorias e mercadorias por ouro.
[Sendo o fogo o princípio sensível do movimento ele aqui é comparada com o princípío monetário de troca, quer dizer por tudo perpassa e em tudo está contido é a unidade dos contrários, se a moeda (ouro) pode figurar essa idéia poderíamos pensar também num baralho de cartas onde o coringa equivale a todas as cartas.]

31- Direções do fogo: primeiro mar, o do mar metade terra, metade incandescência...Terra dilui-se em mar e se mede no mesmo lógos, tal qual era antes de se tornar terra.
[nas direções do fogo se perpecebe a transmutação do fogo em outros elementos, outros fragmentos citam uma direção para cima e outra para baixo nesse devir do fogo.]

30- Este mundo, o mesmo de todos os seres. Nenhum deus, nenhum homem o fez, mas era, é e será um fogo sempre sempre vivo, acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas.

Este último fragmento retoma a já mencionada causalidade cega do devir. Como se observa nenhum deus ou homem fez o mundo como é, onde no princípio estaria aderido a todas as demais coisas tal como variações de grau, a expressão da unidade dos contrários. A mesma causalidade cega se expressaria também no fragmento 32: Uma só coisa, o único sábio, quer e não quer ser recolhido pelo nome de Zeus. Nele se destacam as seguintes características: a primeira é a relação entre o fato de ser cultuado sob o nome de Zeus, pois o princípio é sob ele venerado, porém assim chamado seria inapropriado tomando em conta que o devir sem face é o verdadeiro e único princípio; e de modo complementar, por não ser compatível com uma expressão antropomórfica revela o caráter abstrato e o descolamento mítico operado pelo logos heraclítico. 
 
Por tanto, não se poderia falar do lógos heraclítico aderido a perspectivas dualistas de alma e matéria como aqui já se ressaltou. Reale7, por outro lado, ao analisar acerca da dimensão ética de Heráclito o aproxima da doutrina órfica depositária da alma imortal. E alguns dos fragmentos na interpretação de Reale possuem uma relação entre a vivificação da alma com a mortificação do prazeres do corpo e inversamente8 onde estaria presente uma doutrina ascética que se manisfetaria também no diálogo Fédon de Paltão. Se este viés é válido, no entanto, tornam-se inviáveis e prejudicadas todas as considerações anteriores sobre o caráter do vir-a-ser heraclítico: se há alma imortal aguardando assim julgamento não é possível o devir sem face antes mencionado ou: para todo julgamento não deveria haver um juiz? Aqui Nietzsche parece atentar melhor para o conteúdo da justiça que reliza-se no processo, no devir, no combate dos contrários; assim Heráclito estaria a observar:

“(...) inúmeros pares lutarem em alegre torneio sob a tutela de rigorosos árbitros, sobreveio um pressentimento ainda mais alto: não podia considerar os pares em luta e os juízes separados uns dos outros, os próprios juízes pareciam combater, os próprios combates pareciam julgar-se– sim, como no fundo só percebia a justiça uma, eternamente reinante, ele ousou proclamar: “O próprio conflito do mútiplo é a pura justiça!””9

Existe uma contraste grandioso no infortúnio visto por Anaximandro e sua culpa originária a ser expiada com a morte e o devir heraclítico, tocar esta questão é revirar as estruturas do “dogma da queda”. Este não parece se figurar no logos heraclítico tal é a grandiosidade de seu pensamento onde não reside tal pessimismo diante do vir-a-ser que não é temido ou repelido por meio de “abrigos metafísicos”, ele, ao contrário, é abraçado por Heráclito como o verdadeiro princípio. Assim, poderia ser interpretada a “alma” mencionada em Heráclito como o vivificante, o retomar da unidade, a combustão do mundo; estabelecendo uma afinidade com o fragmento 118: A alma seca (é) a mais sábia e melhor. O seco tem relação aqui com o fogo o movimento da própria vida não como destruição mas o movimento dinâmico, como quis Hegel: “(...) assim a alma mais seca é o fogo puro, e este não é a negação do vivo, mas a própria vida.”10
Tal sabedoria só poderia ser alcançada por meio da desconfiança do sensível, do particular, mediante o processo universal do vir-a-ser:

1-Deste lógos, sendo sempre, os homens se tornam descompassados, quer antes de ouvir, quer tão logo tenham ouvido; pois, tornando-se todas (as coisas) segundo esse lógos a inexperientes se assemelham embora experimentando-se em palavras e ações tais quais eu discorro segundo (a) natureza distinguindo cada (coisa) e explicando como se comporta. Aos homens escapa quanto fazem despertos , tal como esquecem quanto fazem dormindo.

A percepção do particular abriga dúvida porque esta seria um quadro concebido aos olhos humanos de modo estático não atentando para o caráter dinâmico da “infinita trama de concatenações”11 do processo universal. Esta contradição entre a percepção imediata e fragmetária e a imagem de conjunto dinâmica, entre o particularmente acessível aos sentidos e o processo universal da natureza é comunicada por uma relação de incerteza da consciência perante o processo universal. Esta manifesta-se também por meio da relação entre sono e vigília podendo ainda ser acrescido a esta reflexão o fragmento:

21- Morte é tudo que vemos despertos, e tudo que vemos dormindo é sono.
Sono e vigília se expressam como a forma de relação entre o logos e a consciência, ou seja, do processo universal da natureza e a consciência. Assim, vigília como consciência do mundo exterior se colocaria diante do que é morto e a “morte” poderia arremeter a ascepções possíveis para uma especulação imediata, sem instrumentos mais refinados: tudo é morte por se tratar da constante fluir que tudo devora e renova, que tudo faz perecer, porém ao dormir nos abrigamos no nosso entendimento particular e nos afastamos desta forma de compreenção circusncrita aos sentidos; ora, esta primeira impressão apresentaria de imediato um grande problema por conta da já mencionada suspeita de Heráclito diante dos sentidos, prejudicando a interpretação. Mas é justamente este o “nó” da questão, o logos heraclítico desconfia do sensível porém não o aparta por completo como forma de sondar o princípio, a relação racional com a relidade exterior seria um dos modos de ordenação da realidade baseado no princípio lógico mais profundo do vir-a-ser Heraclítico. Esta parece ser a senda trilhada por Hegel para explica-lo:
“Por mais que Heráclito afirme que no saber sensível não há verdade, porque tudo o que é flui, o ser da certeza sensível não é, enquanto é, com a mesma força afirma ele que, no saber é necessário o modo objetivo.”12

Expondo também as colocações em contrário, para Reale tal princípio lógico ou a dialética moderna não se enquadrariam no logos heraclítico, o não abandono da pesquisa da physis seria um sintoma disso, o que porém fica pouco claro diante da já mencionada, e reafirmada por Reale, desconfiança do sensível expressa em Heráclito. Este nó de contradição se contorce ainda mais, pois se o logos heraclítico atenta para uma inteligência que tudo ordena sob uma lei comum, o termo “aquilo que-é-com” é manifestação disso, se observará na busca pelo fogo as experiências sensíveis, como modo subsumido a uma lógia universal ordenadora, como parece ser a resolução mecionada antes por Hegel.
Voltados todos nós com olhos estalados e lentes embaçadas um quadro preciso do logos heraclítico parece mais e mais difícil de se capturar, ironicamente tal como o devir. Assim, toda a sorte de considerações deste grande filósofo como homem orgulhoso e misantropo, como profeta solitário e outras pechas que mais parecem ficar no aparente do ir ao fundo. Pois, se há um logos como buscá-lo se é impossível captura-lo no constante fluir? Como atingir o que sempre transmuta e repousa pelo movimento? A reposta é acompanhar-lhe o movimento, realizar a escuta intuitiva do lógos desconfiando do sensível, das opiniões vãs, dos eruditos por meio desta constante vigília. É claro que tal fato custa caro e como todo aquele que se volta para a busca da verdade é sujeito a toda sorte de estigmatização, condenação e outras iniquidades.
A injustiça dos deuses invejosos e ciumentos nunca deixa de o punir a hýbris dos heróis desobedientes. O fogo heraclítico assim como o fogo roubado de Efésto por Prometeu comungam deste conhecimento daquilo que é e tudo move, é a esperança no seio do vir-a-ser é o começo da jornada, são as pegadas dos primeiros gigantes a quem muito devemos por sua tão generosa desobediência. E tudo flui.

1Aqui se refere ao texto de Nietzsche em sua críitca moderna sobre Heráclito considerando a defesa que este autor faz desta qualidade para o filósofo mencionando a trilha solitária do filósofo: “O muro de sa auto-sufiência tem de ser de diamante(...)” (Nietzsche, Crítica moderna, Os pensadores)
2Como afirmaria Nietzsche em sua doxografia sobre Anaximandro: “Desse mundo do injusto, do insolente declínio da unidade originária das coisas, Anaximandro refugiou-se num abrigo metafísico (...)” (Nietzsche Op. Cit.), que aqui está diretamente referido à finitude, a morte seria uma expiação à injustiça da separação originária com o ilimitado (apeiron).
3Como Hegel afirmou na sua doxografia: “(...)não existe frase de Heráclito que eu não tenha integrado em minha Lógica.” (Hegel crítica moderna , Os pensadores)
4Aqui a discórdia(ódio) poder ser interpretada como a divisão ou separação dos contrários, em seu contrária a amizade (amor) sera a sua união; Empédocles seria um dos que concordaria com tal elemento do logos heraclítico.
5“(...) negou a dualidade de mundos interamente diversas, que Anaximanrdro havia sido forçado a admitir; não separa mais um mundo físico de um metafísico (...)”Nietzsche, Op. Cit.
6“(...) depois deste primeiro passo [negação da separação alma e matéria], já não podia ser impedido de uma ousadia muito maior da negaçã: negou, em geral o ser.”Nietzsche, Op. Cit.
7REALE, Giovanni. História da Filosofia antiga. Volume I.
8Aqui poderiam se lançar mão de diversos fragmentos, tal como: 4- Se felicidade consistisse nos prazeres do corpo, diríamos felizes os bois, quando encontram ervilha para comer.;85- Lutar contra o coração é difícil; pois o que ele quer compra-se a preço de alma.
9Nietzsche Op. Cit.
10Hegel, Op.Cit.
11Engels teria usado esta expressão ao retratar a concepção de mundo dos gregos detacado-se por ela Heráclito: “ (…) deparamo-nos, em primeiro plano com a imagem, de uma trama infinita de concatenações e influências recíprocas , em que nada permanece o que era, nem como e onde era , mas tudo se move e se transforma, nasce e morre. (…) Essa concepção do mundo (…) aparece claramente expressa pela primeira vez em Heráclito: tudo é e não é, pois tudo flui, tudo se acha sujeito a um processo constante de transformação, de incessante nascimento e caducidade.” Engels, F. Do socialismo utópico ao cintífico. Editora Global, São Paulo-SP, 1980, pg. 45.
12Hegel também teria afirmado claramente: “O sonhar é um saber de algo de que somente eu sei.”
13 Como afirmaria Nietzsche em sua doxografia sobre Anaximandro: “Desse mundo do injusto, do insolente declínio da unidade originária das coisas, Anaximandro refugiou-se num abrigo metafísico (...)” (Nietzsche Op. Cit.), que aqui está diretamente referido à finitude, a morte seria uma expiação à injustiça da separação originária com o ilimitado (apeiron).