“No mundo de hoje, toda a cultura, toda a literatura e toda a arte pertencem a classes determinadas. Realmente não existe arte pela arte, nem arte que esteja acima das classes, uma arte que se desenvolve fora da política ou independentemente desta. A literatura e a arte proletárias são uma parte do conjunto da causa revolucionária do proletariado; como dizia Lênin, elas constituem 'uma pequena roda dentada e um pequeno parafuso' na máquina geral da revolução.” [Mao Tsé Tung]
Este blog se inicia como um projeto que retoma velhas pretensões sob um prisma mais amplo: enfocar e debater a cultura e a teoria sob um viés marxista. Esta não é uma mera empreitada aventureira, trata-se de estabelecer o elo dialético entre a infraestrura material e as representações espirituais de uma dada época.
Porém, aqui o olhar sobre a arte e a cultura segue um viés ainda que experimental e tortuoso devido às limitações da edição deste projeto. Falando mais claramente, da limitação de quem o escreve e o edita. Por isso, essa tentativa esbarra em diversos problemas, o primeiro deles seria a ausência quase completa de um verdadeiro partido proletário e comunista que estabeleça uma verdadeira análise da realidade brasileira.
Entre as tenazes da burguesia nacional-associada e do espectro do lulismo os grupos, partidos, seitas e grupelhos ora orbitam sua esfera de influência pelo seguidismo e reboquismo, ora denunciam limitadamente, de modo ineficaz e fragmentário, sob vaticínios, a “grande crise” que levará o modo-de-produção capitalista a seus estertores. Enquanto os céus da disputa doutrinária pseudomarxista se emaranham em mais uma “nova sistematização verdadeiramente trotskista” no chão real da luta de classes o proletariado agoniza no período de “crescimento econômico” com pífia distribuição de renda, duras jornadas de trabalho e uma “expansão creditícia” que já dá seus sinais de término.
A vida espiritual sob a égide capitalista revela mais uma vez uma série de facetas. Uma das mais conhecidas é o tipo de lixo cultural natimorto que é propagado sob acumulação privada nos cinemas de alto custo e na TV por assinatura. O proletariado assiste, quando consegue obtê-la de maneira pirata, com olhos passivos e sem referência de classe. Sonhos irrealistas de telas interativas e de três dimensões paralisam as alienações ilusórias do povo que deseja o que nunca pode ter...
Não bastando se ater a tais limitações se inicia o projeto da revista “Brado!”, que tentaria ser uma rota alternativa e em colisão com a arte e cultura burguesa e contra-revolucionária que hegemoniza a atmosfera de nossos dias medíocres de “consenso”... consenso com a social-democracia chauvinista revisitada, com a burguesia contra-revolucionária, com o imperialismo...etc. Está lançada a tentativa, pois “todo começo é difícil”.
Grato a todos que se dão agora o trabalho de ler este trabalho.
O editor