As correntes progressistas em nosso país denunciam, desde o início do ano, a instauração em nosso país de um estado de exceção (oficializado e mais generalizado), via criminalização das lutas e lutadores populares, guerra psicológica e comunicacional, desarticulação cada vez mais violenta das mobilizações e organizações que se desenvolveram no ano passado. Tudo isso dentro do quadro institucional "democrático" e sob a "gestão" do PT e seus aliados.
A morte do jornalista da Band na manifestação do Rio, supostamente por manifestantes, levou a conjuntura para um outro patamar, mais decisivo onde as forças políticas mostram sua real face e odor. Independente de que haja forças políticas, ou até o Estado, por trás do fato, ou tenha sido uma mera fatalidade, para todos os lutadores sinceros, que precisarão se preparar para o que irá acontecer na Copa e depois dela, sob um novo rearranjo das classes em luta, torna-se primordial tirar lições desse momento.
Lição 1 - O limite estrutural do Estado capitalista, como Estado das classes dominantes, foi/está sendo acionado, e ele independente da cor do regime ou do partido no governo. Os acessórios ideológicos e jurídicos são substituíveis, de acordo com a situação política da luta de classes, e não são princípios intocáveis e garantias eternas.
Lição 2 - A função principal deste Estado se mostra/vem se mostrando mais explícita: dar continuidade à reprodução do capital e dominação das classes populares, recorrendo inclusive, ao terror sistemático.
Lição 3 - Com isso, mais uma vez, a máscara do reformismo/revisionismo cai/tende a cair e sua podridão, de seu discurso e prática, é visível.
Até mesmo a alternativa de "esquerda" diante dos últimos fatos vem recuando para posições mais recuadas e típicas da reação. Atolados na lógica eleitoral, da legalidade e da democracia burguesa, o agravamento da situação faz todo seu discurso "revolucionário" cair por terra, e ídolos de boca virarem poodles inofensivos. Nega a resistência desorganizada para negar qualquer resistência. A forma de crítica dessas organizações retira até mesmo a rede de solidariedade frente a esses jovens e defende implicitamente que "a justiça seja feita". Ou seja, que o Estado puna os culpados. O PSOL, junto com a Veja, elegem o jornalista da Band como mártir da democracia.
The dream is over, e isso é uma boa notícia: é mais forte aquele que não possui ilusões.
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