[Augusto Machado]
O
Húngaro que agradou o marxismo tupiniquim
O "amado" Meszáros (esquerda) em evento da Boitempo ao lado de Valério Arcary, dirigente do PSTU |
A
obra do filósofo húngaro Istvan Meszaros tem tido boa receptividade no Brasil
nos últimos anos. A partir de várias publicações de suas principais obras no
Brasil na década 00, Meszaros é uma das principais referências do marxismo
contemporâneo no Brasil. Sua magnum opus é Para além do capital: rumo a uma
teoria da transição[1]
(original de 1994), recentemente publicado (2002) no Brasil, sob a coordenação
de Ricardo Antunes (Unicamp/PSOL) e tradução de Cezar Castanheira e Sério Lessa
(UFAL). De grande repercussão no país a obra é um apanhado de vários textos e
livros seus produzidos durante décadas.
É
bem possível que seu sucesso aqui seja desproporcional, se comparado a outros
países do norte. A utilização do autor aqui provém tanto da academia, quanto
pela esquerda (PSOL, PCB, PSTU, mas também PT/PCdoB e afins). Não é por menos.
Sendo a leitura do marxismo no Brasil pós anos 80 influenciada fortemente pela
leitura via filosofia hegeliana, a partir das diversas correntes do marxismo
ocidental, sobretudo Lukács, e pelo gramscianismo, Meszaros, pode ser tido como
um filho tardio de uma corrente que outrora fora definida como marxismo de
rosto “humanista”, oposto ao famigerado monstro ideológico ortodoxo-soviético
do oriente. Aluno do próprio Lukács; integrante da chamada escola de Budapeste; de formação acadêmica invejável; aparentemente próximo
das posições políticas de Rosa Luxemburgo: o filósofo é visto por muitos como uma
atualização do marxismo.
Marxianos
e cia: deixando o século XX órfão
Enfocaremos aqui as temáticas e polêmicas que envolvem o problema da transição socialista na obra do autor.
O autor tem sido muito usado pelo o que ultimamente tem se intitulado como “marxianismo”, ou corrente marxiana, caracterizada pela ênfase nos escritos do próprio Marx em detrimento dos escritos marxistas de pensadores posteriores. Uma espécie de ortodoxia mais ferrenha e de novo rosto, os marxianos pretendem alcançar o mais puro do marxismo da leitura integral e totalmente fiel de Marx, sendo qualquer alteração consequente na teoria marxista um desvio, até mesmo considerando absurdamente alguns escritos de Engels nesse sentido. Focam muito mais as obras iniciais e não publicadas(Manuscritos Econômicos Filosóficos, Sagrafa Família, Ideologia alemã) do que propriamente os escritos mais centrais e maduros,como o próprio O Capital.
O autor tem sido muito usado pelo o que ultimamente tem se intitulado como “marxianismo”, ou corrente marxiana, caracterizada pela ênfase nos escritos do próprio Marx em detrimento dos escritos marxistas de pensadores posteriores. Uma espécie de ortodoxia mais ferrenha e de novo rosto, os marxianos pretendem alcançar o mais puro do marxismo da leitura integral e totalmente fiel de Marx, sendo qualquer alteração consequente na teoria marxista um desvio, até mesmo considerando absurdamente alguns escritos de Engels nesse sentido. Focam muito mais as obras iniciais e não publicadas(Manuscritos Econômicos Filosóficos, Sagrafa Família, Ideologia alemã) do que propriamente os escritos mais centrais e maduros,como o próprio O Capital.
Obviamente
essa nova corrente, até agora quase que puramente acadêmica do marxismo (no Brasil,
expressa nas novas cadeiras e linhas de pesquisa sobre o “trabalho”, de forte
influência da “ontologia” lukacsiana), se impõe pela erudição e pela exegese dos escritos originais de Marx e contra o marxismo “chulo” e
“ativista” do movimento operário. No âmbito da política o marxianismo se conforto na crítica "esquerda de oposição", social-democrata de cara nova, dos Fóruns Sociais Mundiais da vida. Já na análise histórica e no espectro ideológico,
essa corrente se aproxima em muitos pontos dos paradigmas e críticas
trotskistas/anarquistas/autogestionárias/conselhistas/luxembarguistas (que por
sua vez são próximas das análises liberais, conservadoras etc...). Um exemplo claro é a proximidade de análise das
experiências socialistas do sec. XX. Todas essas correntes são unânimes em negar enquanto
socialista tais experiências, cada uma com uma justificativa: burocratização,
ditadura, estatismo etc. Os próprios marxianos se utilizam até do linguajar
mais gasto do anti-comunismo americano de guerra fria para tal fim, vide os
termos chaves e neologismos “stalinismo, totalitarismo, ditadura...”.
O
objetivo principal do marxiano Meszaros, hoje um grande referencial teórico
para essas correntes no Brasil, é, sobretudo em sua obra da qual será analisada
brevemente a seguir, Para além do capital, limpar o terreno da teoria marxista
de suas falhas e enganos, atualizando-a para o século XXI. Ou seja, denunciar
os desvios do marxismo que o distanciaram do Marx em pessoa, fazendo um balanço de toda a prática e teoria
socialista que ocorreu após seu "criador" e rejeitar as experiências socialistas como um todo.
Ir rumo a uma (nova e verdadeira) teoria da transição, para além do capital.
A
tese central e, pelo seu enfoque, “original”, que Meszaros repetidamente (e às
vezes enfadonha e prolixamente, vide seu catatau de mais de 1000 páginas...) tenta nos demonstrar é que: a obra de Marx é
uma crítica ao capital e não somente ao capitalismo, sendo este
só uma forma social e política daquele se manifestar. Entendendo o capital como
modelo sociometabólico que determina tanto os seus microcosmos e seus
macrocosmos respectivos a partir de seus imperativos de expansão-acumulação,
quanto suas personificações (subjetividades das determinações objetivas
alienantes), este seria muito mais profundo e difícil de ser eliminado social e
historicamente. Pois o capital não se expressa somente o regime burguês, mas
todo e qualquer regime em que se mantenha a hierarquização e imposição vertical
no mundo da produção (dominação exploradora e alienada sobre o trabalho) a
partir da divisão social do trabalho e da separação entre os produtores diretos
e meios de produção, assim como entre produtores e o poder político sobre a
produção social, que se expressa na tríade ESTADO-CAPITAL-TRABALHO. Sendo assim
o capital (e seus consequentes complementares) poderia sobreviver, como
sobreviveu na URSS (que nesse caso se torna pós-capitalista/pós-revolucionária,
segundo a definição do autor, mas ainda não socialista), mesmo após revoluções
ditas anti-capitalistas no sentido original do termo.
Aqui
ficamos próximos a outra tese “marxiana” do anti-trabalho de Kurz, em seu O
colapso da modernização: da derrocada do socialismo de caserna à crise da
economia mundial[2].
Tendo um ideário muito próximo na avaliação do “socialismo” (entre aspas para esses
autores) do sec. XX, só que de maneira menos ortodoxa, Kurz a partir do desenvolvimento da teoria crítica
iniciada pela Escola de Frankfurt, ambos jogam no mesmo saco o socialismo
realemente existente (entendido não como uma nova formação social, mas sim um
sistema preso à forma-mercadoria provindo de uma revolução burguesa/moderna aos
avessos, mas predominantemente estatista como as “originais”), o capitalismo e
o nazifascismo como sociedades produtoras de mercadorias/sociedade onde impera
o capital e por isso mesmo fetichizadas no mesmo sentido (na louvação do
trabalho abstrato, continuidade da lei do valor, etc.). Uma revolução social,
nessa perspectiva dos autores, que é compartilhada por muitas outras correntes
socialistas dissidentes que negam as experiências século XX, deveria abarcar
uma transformação radical de todas as estruturas sociais, de uma vez, e em
todos os lugares (debandando o capital, o trabalho, o estado, e todas as
classes consequentemente), e não só uma revolução política de tomada do poder
do estado ou “expropriação dos expropriados”, como foi na versão socialista soviética. A revolução social deve buscar ao máximo formas
de não possibilitar nenhum risco de se retornar ao capitalismo como ocorreu no
final do séc. XX na URSS, ou dessa sociedade pós-revolução se tornar apenas
mais uma forma nova de manifestação do capital/sociedade do valor, com novas
personificações (Estado-Partido etc).
Para
Meszaros, assim como para outros autores como Kurz, não era possível nem no
tempo de Marx, nem no tempo de Lenin e seu elo mais fraco, realizar uma
revolução realmente socialista e incontornável, pois o capital ainda não se
apresentava em uma crise estrutural: o modo de produção ainda não se tinha
esgotado no sentido original de Marx em seu prefácio de 59[3]. Ou
seja, no século XIX e XX, independente dos sacrifícios e esforços dos
revolucionários e das massas, ainda existiriam possibilidades de exportar
contradições e assumir novas formas de salvar acumulação, através da
intervenção estatal, por exemplo. Sendo assim: 1) não havia condições objetivas
para uma revolução e 2) estava impossibilitada a implosão do sistema como um
todo, já que o próprio capital ainda não estava em uma crise estrutural. É a
partir principalmente da falência do keynesianismo e da sua “solução”
monetarista, assim como da falência da via do socialismo de mercado da URSS,
que abre-se espaço para a atualidade histórica da revolução socialista, já que
o capital, agora mundialmente presente, em sua crise
estrutural atinge seus limites e contradições absolutas e ameaça a
sobrevivência humana no planeta.
Traços
de uma “teoria da transição” que Marx aprovaria
Com
a atualidade da revolução em mãos, e na certeza de uma crise inescapável do
capital, apesar desse processo não ser linear, a esquerda precisa de um novo
paradigma de atuação já que seus modelos teóricos e organizativos majoritários
do sec. XX falharam terrivelmente. As duas faces da mesma moeda da chamada
defensiva socialista, a social-democracia (gradualista, atuação parlamentar) e
o leninismo-stalinismo (voluntarismo que não rompe com o capital e desemboca
num socialismo de mercado), a partir de sua lógica binária de braço político e
braço de massas/econômico, mostraram-se fracassadas para construir um projeto
positivo, mundial e emancipador. A teoria nova da transição então se foca no
retorno a Marx e em muitos pontos na negação de Lenin (e na sua substituição
por Rosa): devemos construir uma “consciência comunista de massa”, abandonar as
lutas na linha de menor resistência do capital e o fetiche do partido
hierárquico, para o próprio bem e sobrevivência da humanidade, a partir de uma
organização pluralista de atuação extraparlamentar que busque a não reprodução
da ditadura leninista que se voltou “contra o próprio proletariado” ou do reformismo
conciliador da social-democracia. Grande desafio... como o autor respode?
O
autor não dá maiores indicações, que sejam claras e concretos, apontando politica e
sociologicamente os agentes e as formas dessa luta de classes rumo à revolução.
Tudo permanece no campo da abstração da objetividade. No final, a luta será no
marco do trabalho versus capital total, um inimigo invisível. Poucas vezes o autor se refere ao
termo burguesia, por exemplo. A política é possível assim? Essa visão é
típica também do pensamento de Kurz: averso ao que acusa de “sociologismo” do
“marxismo de movimento operário” que “em vez de criticar o próprio capital,
passou-se a criticar os capitalistas que tinham que aparecer como sujeitos
pessoais da relação social da mercadoria, que na verdade não tem sujeito algum”[4], o mesmo
afirma, não apontando nenhuma estratégia revolucionária concreta, que: “O
verdadeiro despotismo da modernidade é o absolutismo do dinheiro, sem sujeito,
isto é, aquele do trabalho abstrato e de sua exploração em empreendimentos
econômicos.”[5] Sem saber diferenciar as especificidades da teoria de um lado e da política de outro, esse autores se afundam no imobilismo.
À
guisa de conclusão: Meszaros, o marxiano emergente, é (in)dispensável?
As
críticas de Meszaros, e de seus irmãos legítimos ou não, são justas? Suas propostas, viáveis?
Fatores
objetivos, mas, por favor, nem tanto assim...
Em
primeiro lugar, deve-se observar que a crítica de Meszáros ao século XX e às
experiências da alternativa socialista do passado para a construção de uma nova
teoria da transição é limitada, como na maioria das críticas trotskistas,
anarquistas e afins, às experiências da URSS. Elas apontam problemas graves e verdadeiros, porém, de maneira distorcida, por isso, não devem ser consideradas no final das contas.
O debate das limitações da URSS não é novidade. As propostas de socialismo e de transição, no século XX, iniciaram uma verdadeira guerra interna do socialismo (que muitas vezes chegaram às vias de fatos...). Essa disputa, que acabou com o retorno da maioria dos países ao capitalismo "puro", contribuiu pelo menos para uma elevação da consciência dos comunistas. Hoje não existe comunista sincero que não busque olhar criticamente a experiência soviética.
Mas olhar "criticamente" é uma coisa, aplicar o revisionismo, a difamação histórica e se aproximar da contra-revolução ideológica é outra.
Meszaros, por exemplo, assim como muitos de seus comparças, desconsideram quase que por completa à experiência do socialismo na China, e suas diferenças e oposições ao modelo soviético, sobretudo depois da subida de Kruschev ao poder, símbolo da consolidação do revisionismo soviético. Esse fator de cabal importância para pesar a teoria e prática socialista do sec. XX normalmente é esquecido ainda mais na esquerda brasileira. Para Meszaros, e tem-se essa impressão ao ler seu livro principal, a China não existiu: nenhuma avaliação política e econômica séria é realizada. Para variar, e deslocar sua incapacidade de considerar a experiência chinesa e seus frutos, o autor joga-a no saco de sociedades pós-revolucionárias, de molde político “stalinista” (sic) que sempre acaba em retorno ao capitalista. Essa visão desconsidera o esforço de vários autores marxistas[6] que tentaram demonstrar os avanços chineses principalmente na busca de superação do Estado e da divisão social do trabalho. A Revolução Cultural, necessidade já anunciada por Lenin para romper com vícios de outros sistemas anteriores ao socialismo, no caso chinês, foi um exemplo máximo disso que é desconsiderado pelo autor. A tendência de levar em consideração só a URSS empobrece a teoria e distorce a história. E mais: é oportunista pois busca, de maneira ahistórica, forçar uma interpreção tipicamente anti-comunista do discurso hegemônico do pós-guerra.
O debate das limitações da URSS não é novidade. As propostas de socialismo e de transição, no século XX, iniciaram uma verdadeira guerra interna do socialismo (que muitas vezes chegaram às vias de fatos...). Essa disputa, que acabou com o retorno da maioria dos países ao capitalismo "puro", contribuiu pelo menos para uma elevação da consciência dos comunistas. Hoje não existe comunista sincero que não busque olhar criticamente a experiência soviética.
Mas olhar "criticamente" é uma coisa, aplicar o revisionismo, a difamação histórica e se aproximar da contra-revolução ideológica é outra.
Meszaros, por exemplo, assim como muitos de seus comparças, desconsideram quase que por completa à experiência do socialismo na China, e suas diferenças e oposições ao modelo soviético, sobretudo depois da subida de Kruschev ao poder, símbolo da consolidação do revisionismo soviético. Esse fator de cabal importância para pesar a teoria e prática socialista do sec. XX normalmente é esquecido ainda mais na esquerda brasileira. Para Meszaros, e tem-se essa impressão ao ler seu livro principal, a China não existiu: nenhuma avaliação política e econômica séria é realizada. Para variar, e deslocar sua incapacidade de considerar a experiência chinesa e seus frutos, o autor joga-a no saco de sociedades pós-revolucionárias, de molde político “stalinista” (sic) que sempre acaba em retorno ao capitalista. Essa visão desconsidera o esforço de vários autores marxistas[6] que tentaram demonstrar os avanços chineses principalmente na busca de superação do Estado e da divisão social do trabalho. A Revolução Cultural, necessidade já anunciada por Lenin para romper com vícios de outros sistemas anteriores ao socialismo, no caso chinês, foi um exemplo máximo disso que é desconsiderado pelo autor. A tendência de levar em consideração só a URSS empobrece a teoria e distorce a história. E mais: é oportunista pois busca, de maneira ahistórica, forçar uma interpreção tipicamente anti-comunista do discurso hegemônico do pós-guerra.
Por
outro lado sua crítica se diferencia em muitos pontos (e nisso Meszaros avança)
das simplistas críticas subjetivistas ou voluntaristas sobre a URSS, que se
limitam a culpar a burocratização, o Partido etc, sem levar em conta as
condições materiais-objetivas que levaram à derrocada e ao fracasso a tentativa
soviética no final das contas, além da ausência de uma teoria completa da
transição no marxismo (vide principalmente o capítulo 23 do livro). O mesmo viés
progressista por um lado, pode-se encontrar também em Kurz, que escapa das
críticas subjetivistas e do personalismo ao afirmar que é errôneo pensar que
existiam alternativas ao passado, alternativas que se baseavam pelo crivo
reducionista de escolhas "certas" ou "erradas" que levariam a experiência da
alternativa socialista sobretudo do séc. XX para um caminho completamente
diferente[7]. Da
mesma forma o autor diz que “os céticos e críticos socialistas marxistas, que
na União Soviética foram fisicamente liquidados pelo aparato stalinista à
maneira jacobina, repetindo-se o exemplo da Revolução Francesa, nem tinham, no
entanto, uma alternativa histórica a oferecer, nem estavam em condições de
explicar em conceitos claros o processo social que estava se realizando diante
de seus olhos. A tendência trotskista, que contava com uma “revolução
proletária no Ocidente”, por considerar impossível o socialismo em um só país e
especialmente na Rússia “subdesenvolvida”, enquanto o Ocidente cumpria as
condições objetivas e subjetivas, foi uma mera ilusão.”[8]
Mas
ao mesmo tempo em que Meszaros considera os fatores objetivos, posicionando-se
de maneira avançada para um justo balanço do passado das tentativas
socialistas, sua crítica permanece confusa e não consegue abarcar uma dialética
segura: ora afirmando que o socialismo pleno só é viável mundialmente (logo o
caso do fracasso da URSS seria uma limitação objetiva), e por outro lado culpa
a direção leninista-stalinista por não alcançar o socialismo, mesmo que a força
das circunstâncias (país agrário, parca industrialização, guerra civil,
boicotes, invasões imperialistas etc...) estivesse forte (capítulo 22). Ou
seja, a derrota da tentativa soviético era inevitável pelas circunstâncias ou
poderia ter vencido caso houvesse uma mudança de direção política? Mészaros
prefere ficar com os pés nas duas canoas: culpa os “pregadores” socialismo de
um só país, "expressões do capital", e posteriormente os livra da culpa. Aqui um
auxílio conceitual, não tão usado por Meszáros com o objetivo de condenar toda
a experiência da URSS, poderia ser útil: a diferenciação entre socialismo
e comunismo, ou entre vitória completa do socialismo, e vitória
definitiva[9].
Ou como dizia Mao, estágio inferior e estágio superior[10]. Os
defensores soviéticos da tática conhecida como o socialismo de um só
país, em oposição à lunática e inconsequente revolução permanente trotskista,
nunca afirmaram, fora os revisionistas pós-Kruschev, a possibilidade de
alcançar o comunismo num só país, mas sim ser possível com o avanço das
forças produtivas e do modo de propriedade socialista alcançar a hegemonia das
características socialistas no campo da economia, ao mesmo tempo que
este serviria de base material e militar de auxílio para que a revolução não
concluída se completasse nos outros países. Os recuos necessários naquela
conjuntura objetiva-material caótica, nomeados por Lenin de Capitalismo de
Estado, deixa bem claro que ninguém afirmava ser uma sociedade ainda com
assalariamento e Estado, além de cercado pelo mercado capitalista, de
plenamente socialista (comunismo): todos sabiam da necessidade de se completar
a vitória do proletariado sobre todo o planeta. Como diz o economista soviético
G. A. Koslov “Se o partido afirmasse a tese da impossibilidade da vitória do
socialismo na URSS antes da vitória da revolução mundial, isto poderia gerar
uma série de medidas erradas e aventureiras na política externa, bem como a
estagnação no trabalho de construção socialista interna, o que acarretaria por
sua vez uma pesada derrota para o movimento revolucionário mundial. Mas o
Partido Comunista partia de que o meio mais poderoso de revolucionar as massas
populares nos países capitalistas seria a construção com êxito do socialismo na
URSS, uma vez que a URSS era a base da revolução mundial. O exemplo da URSS
infundia a todos os trabalhadores a crença na vitória da revolução em todo o
mundo, mobilizava as massas para a luta revolucionária.”[11] E não
fica claro essa necessidade ao perceber a crise da esquerda após da quedado
bloco socialista? Nesse ponto, independente dos erros programáticos, táticos,
estratégicos e teóricos do Komintern, fica claro a necessidade naquele contexto
da continuidade da construção do socialismo com todos os recuos necessários no
campo da economia, mas nunca largando mão o poder, ou seja sem largar mão que
as classes trabalhadoras estivessem no poder (ditadura do proletariado com o
campesinato).
Meszaros por vezes parece não levar em conta a situação impossível que a URSS estava posta, materialmente, e que os esforços heróicos de Lenin e seus seguidores são no sentido de não esperar pacientemente reformas ditas nacionais-burgueses sob a hegemonia da burguesia e do imperialismo, para que só aí se crie possibilidades materiais para o socialismo (argumento dos dogmáticos e ortodoxos da segunda internacional). Lenin sabia que “aqueles que esperam pelas condições objetivas da revolução irão esperar para sempre”[12]; que existe a necessidade de arriscar quando todas as portas se fecham. Estando num país periférico na era imperialista, e dada a consequente falência da burguesia local, o seu “voluntarismo” político correto naquela situação, era uma possibilidade, mesmo que não vingasse (e sabia-se as limitações caso a revolução alemã não explodisse), menos pior que não agir historicamente e a não tentativa de construção do socialismo. Como dizia Lenin “não é possível avançar sem caminhar para o socialismo”[13]. O modelo político fixo de Meszaros, e também utópico, já que não leva em conta as dificuldades que a prática revolucionária.
Meszaros por vezes parece não levar em conta a situação impossível que a URSS estava posta, materialmente, e que os esforços heróicos de Lenin e seus seguidores são no sentido de não esperar pacientemente reformas ditas nacionais-burgueses sob a hegemonia da burguesia e do imperialismo, para que só aí se crie possibilidades materiais para o socialismo (argumento dos dogmáticos e ortodoxos da segunda internacional). Lenin sabia que “aqueles que esperam pelas condições objetivas da revolução irão esperar para sempre”[12]; que existe a necessidade de arriscar quando todas as portas se fecham. Estando num país periférico na era imperialista, e dada a consequente falência da burguesia local, o seu “voluntarismo” político correto naquela situação, era uma possibilidade, mesmo que não vingasse (e sabia-se as limitações caso a revolução alemã não explodisse), menos pior que não agir historicamente e a não tentativa de construção do socialismo. Como dizia Lenin “não é possível avançar sem caminhar para o socialismo”[13]. O modelo político fixo de Meszaros, e também utópico, já que não leva em conta as dificuldades que a prática revolucionária.
Meszaros
contudo não abandona a noção de ditadura do proletariado, mesmo a fustigando várias
vezes. Com uma análise realista e sincera, que por vezes se distanciam do
otimismo de Marx de certos períodos, concorda que diante da fragmentação da
classe trabalhadora, e as contradições impostas no imperialismo, uma fase de
transição sem uma instância política firme não é possível, diante da
complexidade e do prolongamento provável desse período. Os riscos são vários,
como a própria teoria leninista nos adverte, mas a necessidade dessa estratégia
está no fato de que o fim da divisão social do trabalho, e consequentemente a
queda do capital, não se pode dar de uma vez, mas através da modificação
estrutural mediatizada da sociedade, o que significa bases materiais que
possibilitem tal modificação e uma contínua ação política e cultural sobre as
massas. Denunciando o simplismo daqueles que revindicam a estrutura da Comuna
ou outras experiências mirradas de “democracia radical” para resolver toda a
gama de problemas em escalas nacionais que essa questão da maior complexidade
traz, questão que também envolve as resistências e contra-revoluções, Meszáros
reafirma a necessidade do proletariado se organizar num Estado, mesmo que esse
“pareça por vezes ir contra a sua classe” pois sem o mesmo, seria inviável o
proletariado tornar-se classe dominante e concomitantemente destruir as
estruturas sob as quais a sociedade de classes está posta. A passagem por um
possível terror e corrupção, estes sendo uma extrapolação da velha forma para
engendrar um novo conteúdo (só alcanço algo via seu oposto, quando forço os limites
deste), são necessidades de mediação que a dialética sempre exigiu: entendendo
aqui dialética diferente holismo ou dialogismo, onde não há categorias
determinantes e, por isso mesmo, vias necessárias. Porém, o autor sabiamente
alerta sobre as lacunas da teoria revolucionária marxista sobre o período de
transição que ainda é preciso avançar para não cair em círculos viciosos e em
retroalimentações, entendendo que “o Estado só pode ser desmantelado na mesma
proporção em que a própria divisão social do trabalho herdada seja
correspondentemente modificada”[14]. Por
isso o desafio marxista é, com a ditadura do proletariado, minar a fragmentação
e contradições da classe trabalhadora, fortalecendo-a sobretudo subjetivamente,
e desenvolver e reformular as forças e relações de produção dando bases para o
fenecimento do Estado, já que as classes fenecerão com a derrota da
burguesia/vitória do proletariado.
Por
outro lado e contraditoriamente, podemos encontrar um tom bastante diferente em
outras partes do livro, possivelmente escritas em época diferentes, que
impossibilitam sua real e concreta posição do autor. Um Meszáros pessimista e
confuso afirma, contrariamente, sobre a estrutura política da ditadura do
proletariado que “é porque o trabalho não é abolido que o antagonismo se
intensifica, criando uma nova forma de alienação [e assim] […] o proletariado volta
sua ditadura contra todos os indivíduos que constituem a sociedade, inclusive
os proletários” (p. 1026)[15] [aqui o
autor faz referência a noção leninista de “democracia para a maioria, ditadura
para a burguesia”]. No final, ficamos num beco sem saída (se o Estado não acaba
com o trabalho, e não é possível abolir o trabalho com o auxílio do Estado, que
fazer?). Vemos então que há poucas esperanças de resolver as complexidades da
reestruturação social, e nos resta esperar o amadurecimento das condições
objetivas e condenar o “socialismo realmente existente” que de nada
significaram para o caminho em direção à emancipação... Essas posturas dicotômicas, a falta de utilização de mediações, tornam o
prédio de Meszaros um elefante branco, "rebuscado" mas pouco operante. Teorica e praticamente (eis o que importa) inviável.
Menos
objetividade, mas, por favor, nem tanto assim...
Sobre
o seu marxianismo, mesmo concordando que a obra de Marx não foi concluída em
muitos pontos pelo próprio e a mesma não contempla várias dinâmicas do capital
da era imperialista, Meszaros e os marxianos não rejeitam quase que nenhuma
vírgula de Marx. Os mesmos que chamam o marxismo-leninismo de religião/dogma,
ou fruto do “culto à personalidade”, não estariam caindo no mesmo "erro"?
Tentando desesperadamente, para ser aceito pela esquerda pequeno-burguesa e
pela academia progressista do pós-queda do muro, os marxianos, pintando-se de
científicos, negam o legado e experiência proletária socialista do sec. XX, com
seus erros e acertos justificáveis, taxando-a confortavelmente para se livrar
da herança de “contra os ideais de Marx”. No caso de Meszáros o desespero chega
ao extrema de comparar Stalin ao ultraliberal Hayek, sendo ambos inimigos, no
fundo, semelhantes, pois são contrários à teoria emancipatória e "anti-alienante" de Marx. De
acordo com Zizek, essa lógica dos marxianos deve ser abandonada por completo:
“uma das armadilhas mais enganosas no caminho dos marxistas é a busca do
momento da queda, em que as coisas tomaram a direção errada na história do
marxismo: terá sido o Engels tardio com sua compreensão mais positivista/
evolucionista do materialismo histórico? Terão sido o revisionismo e a
ortodoxia da Segunda Internacional? Terá sido Lênin? Ou o próprio Marx em seu
trabalho posterior, depois que abandonou o humanismo da juventude (como certos
“marxistas humanistas” alegaram há algumas décadas)? Todas essas questões devem
ser postas de lado. Não há motivo para controvérsia: a queda deve ser inscrita
nas próprias origens. (De modo ainda mais claro, essa procura do intruso que
infectou o modelo original e colocou em marcha sua degeneração só pode
reproduzir a lógica do anti-semitismo.) Isso significa que, mesmo se – melhor,
especialmente se – submetermos o passado marxista a uma crítica implacável,
primeiro teremos de reconhecê-lo como “nosso”, assumindo inteira
responsabilidade por ele, e não nos livrarmos confortavelmente do “mau”
resultado das coisas por atribuí-lo a um intruso estrangeiro (o “mau” Engels,
demasiado estúpido para entender a dialética de Marx, o “mau” Lênin, que não
compreendeu a essência da teoria de Marx, o “mau” Stálin, que estragou os
nobres planos do “bom” Lênin etc.).”[16]
Essa é uma posição justa, não dogmática ou subjetivista/personalista de assumir
a história da luta da classe proletária e de sua teoria máxima, o marxismo. O
“erro” deve ser encontrado nas entranhas mais profundas, nas origens, da teoria
ou da realidade/conjuntura e assumido enquanto “nosso”, sendo também da responsabilidade
de todos corrigi-lo de maneira sincera.
Assim,
a leitura a ser feita, na busca da universalidade do marxismo, não é a
aplicação literal do original/ortodoxo, ad infinitum, mas sim
essencialmente a “traição” que se equivale a uma atualização/superação, pois
“da mesma forma que Cristo precisou da “traição” de Paulo para que o
cristianismo emergisse como igreja universal (lembrar que, entre os 12
apóstolos, Paulo ocupa o lugar de Judas, o traidor, substituindo-o!), Marx
precisou da “traição” de Lênin para levar à prática a primeira revolução
marxista: é uma necessidade inerente ao ensinamento “original” submeter-se e
sobreviver a essa “traição”, sobreviver a esse ato violento de ser arrancado de
seu contexto original e lançado em cenário estranho em que se deve reinventar –
só assim nasce a universalidade. […] Esse é o movimento da
“universalidade concreta”, essa radical “transubstanciação” pela qual a teoria
original tem de reinventar-se em novo contexto: só quando sobrevive a esse
transplante pode a teoria despontar como efetivamente universal”[17].
Esquecendo da sofisticada dialética de Mao (apud Zizek), afirmando que
tudo deve se focar na luta/dialética somente entre capital-trabalho, como dizia
o velho Marx, Meszáros esquece que “é precisamente na particularidade da
contradição que reside sua universalidade”[18].
Essa
leitura academicista, a do marxianismo, e politicamente desonesta, significa um
retrocesso à teoria marxista, pois a limita à interpretação de Marx “em
pessoal” tudo que aparecer na ordem do dia. As obras e análises políticas, em
vez de se basearem na análise materialista e dialética da realidade social, se
tornam quase um questionário ao fantasma Marx. Todas as respostas que forem
contrárias às suas citações, serão errôneas. Com isso não se está afirmando a
desatualização de Marx, pelo contrário: está se combatendo o fetiche
personalista na teoria marxista, que não pertence a um indivíduo (que obviamente
a formulou inicialmente), mas sim a uma classe, historicamente delimitada e em
constante reconstrução na prática revolucionária. De acordo com Althusser em
suas Notas sobre os AIE: “Existe, frequentemente, a crença de que uma ideologia
como esta [teoria marxista] resultou de um ensinamento dado por certos
intelectuais (Marx e Engels) ao movimento operário, o qual a teria adotado
porque se teria reconhecido nela: dever-se-ia, então, explicar como certos
intelectuais burgueses puderam produzir esse milagre, o de uma teoria à medida
do proletariado. Tampouco foi, como queria Kautsky, introduzida de fora para o
interior do movimento operário, uma vez que Marx e Engels não teriam podido
conceber sua teoria se não a tivessem construído sobre posições teóricas de
classe, efeito direto do fato de pertencerem organicamente ao movimento
operário de sua época. Na realidade, a teoria marxista foi concebida por
intelectuais, é claro, , providos de uma vasta cultura, mas no interior e a
partir do interior do movimento operário. Maquiavel dizia que para compreender
os príncipes é preciso que se seja povo. Um intelectual que não nasce povo deve
fazer-se povo para compreender os príncipes, e só pode conseguir isso
compartilhando das lutas desse povo. Foi o que fez Marx: converteu-se em
intelectual orgânico do proletariado (Gramsci) como militante de suas primeiras
organizações e foi a partir das posições políticas e teóricas do proletariado
que pode compreender o capital.”[19] Os
marxianos acadêmicos não estariam esquecendo-se dessas lições?
Finalmente...
Entre
avanços e recuos Meszaros está aí, mais uma bandeira dos marxianos, presente na
teoria socialista importada, mas “brasileira”. Adorado pelos lukacsianos
(aqueles que assim como Meszaros rejeitam o “forçadamente vendido” Lukacs
soviético/stalinista) e gramscinianos, e até mesmo por trotskistas oportunistas
(talvez pelo fetiche do termo “stalinismo” que legitima toda aproximação e
aliança teórico-política), e rejeitado e tido como “neoleninista” por outros
conselhistas, Meszaros é hoje um nome importante, de referência, mas previsível
e de pouca ajuda prática. Sendo mais um acumulado ortodoxo e hermenêutico de
citações das fases mais aleatórias de Marx somadas a fatos recentes, seu
discurso pouco enérgico parece vir de longe, talvez dos anais franco-alemães,
ou das críticas humanistas ao terror soviético do marxismo ocidental mais
acadêmico, pouco original e de pouca ajuda nos tempos atuais. Algumas
correções, sistematizações e fechamentos de arestas da teoria marxista
realizadas pelo autor muitas vezes perdem o significado se comparados a obra
como um todo.
Seu
estilo e escrita, também são um problema. Sua falta de objetividade só enche as
páginas de um enfadonho discurso que vaga por entre as planícies mais amplas e
sempre retornam para o mesmo lugar. Suas reflexões sobre ideologia são fracas,
repete chavões, sem considerar o imenso acúmulo e avanço teórico sobre a teoria
das superestruturas do sec. XX (permanecendo aí um fiel “marxiano”), e
demonstram ter poucas armas para entender e combater a lógica ideológica do
capitalismo atual.
Nesse
sentido, Meszaros, intelectual de extrema erudição, provindo de universidades
de alto nível, cuja produção provém de um longuíssimo e árduo trabalho não
consegue inovar e no final perde o alvo, não cumprindo seu objetivo: soma-se ao
mais do mesmo do marxismo (ou do marxianismo), sendo somente uma dedução óbvia
ou transcrição explícita das observações de Marx. Seu atual brilho sobretudo no
Brasil talvez provenha mais da escuridão na qual nos encontramos do que de seu
próprio pensamento. Assim, Meszaros, apesar de ser um autor muitas vezes
didático (e como teórico, ele se mostra um ótimo professor), e de ser um
contemporâneo, pode ser entendido, em muitos pontos, como descartável: diz o
que todos sabemos, repete o que muitos já falaram e falam: que estamos num
labirinto, com pouco tempo de vida, mas não nos mostra a saída (nem uma prática
concreta para alcançá-la), a não ser com frases repetidas, rearranjos
tautológicos e um discurso abstrato “radical”. Aqui, podemos repetir, no
sentido estritamente “marxiano”, todas as críticas de Marx aos socialistas
utópicos e idealistas.
No
mais, para uma nova teoria da transição é preciso antes de tudo entender a
unidade da teoria e prática. Concorda-se com Lenin quando o mesmo afirma: “a
teoria revolucionária não é um dogma, ela só se forma de modo definitivo em
estreita ligação com a prática de um movimento verdadeiramente de massa e
verdadeiramente revolucionário”[20]. Logo,
a resolução das questões e lacunas da teoria não virá de constructo
intelectual impecável, muito menos de uma ação cega, mesmo que bem
intencionada: mas de uma práxis revolucionária coletiva e organizada numa
situação historicamente determinada que constantemente se renove e se supere,
pois “o critério da verdade é a prática”. Os erros do passado foram muitos, mas
nossos. Porém, como dizia Mao, o amanhã também nos pertence.
[1] MÉSZAROS, I. Para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2002.
[2] KURZ, Robert. O Colapso da Modernização: Da Derrocada do
Socialismo de Caserna à Crise da Economia Mundial. 2. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1992.
[3] “Uma formação social nunca se desfaz antes de estarem
desenvolvidas todas as forças produtivas para as quais ela está pronta” MARX
apud KURZ, 1992, p. 52.
[4] Id, op.
cit., p. 48.
[5] Id., op.
cit., p. 38.
[6] Por exemplo:
BETTELHEIM, Charles. Revolução Cultural e Organização Industrial na China.
Rio de Janeiro: Graal, 1979; e GORZ, Andre (org). Crítica da divisão do
trabalho. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
[7] KURZ, 1992,
p. 54.
[8] Id, op.
cit., p. 50-51.
[9] STALIN,
Josef. Sobre os fundamentos do leninismo. São Paulo: Global. ?
[10]
ZEDONG, Mao. A Nova Democracia na China. 2006. Disponível em:
http://www.marxists.org/portugues/mao/1940/01/15.htm. Acesso em: 12 ago. 2011.
[11] KOSLOV, G.
A. Sobre a etapa socialista da economia política. In: ACADEMIA DE CIÊNCIAS
SOCIAIS DA URSS. História das doutrinas econômicas. Rio de Janeiro:
Zahar, 1967. p. 278.
[12] ZIZEK,
Slavoj. Às portas da revolução. São Paulo: Boitempo, 2005, p. 19.
[13] LENIN, V. A
catástrofe que nos ameaça e como combatê-la. Biblioteca do Soldado e do
Camponês. Rio de Janeiro: Editorial Vitória, 1947. Disponível em:
http://www.apropucsp.org.br/revista/r31_r08.htm. Acesso em: 12 ago.
2011.
[14] MESZAROS,
2002, p. 1050.
[15] Id., op.
cit., p. 1026.
[16] ZIZEK,
Slavoj. Mao Tsé-Tung, “Senhor do Desgoverno” marxista. In:______. (org.) Mao
sobre a prática e a contradição, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores,
2008. p. 7-8
[17]
Id., op. cit., p. 8-11.
[18] Id., op.
cit., p. 13.
[19] ALTHUSSER,
Louis. Aparelhos ideológicos de estado: nota sobre os
aparelhos ideológicos de Estado (AIE). 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1985. p.
125.
[20] LENIN, V. A
doença infantil do “esquerdismo” no comunismo, Rio de
Janeiro: Editorial Vitória, 1946, p. 11.
Muito bom, texto excelente!
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