domingo, 28 de julho de 2013

Buraco negros super-maciços e dialética maoísta.

Por Nat Winn (tradução para o português: C.R.)



A dialética maoísta declara que tudo que existe está em contradição. Contradição contém dentro de si tanto a unidade quanto a luta. É a luta a força impulsionadora a dialética e que assenta a base para o processo de transformação. Dialética não é uma abordagem para algum processo final unificado (sujeito e objeto, por exemplo).


Na atividade vital a essência do ser humano.


Eu tenho pensado muito sobre um comentário de autoria de Eve Mitchell onde ela diz:


“Unidade e luta, juntamente com os de esquerda/libertários marxistas de nossa tendência, centram nossas análises na categoria filosófica de Marx de trabalho vivo/ autotransformação/ atividade vital, que é diretamente discutida em lugares como os manuscritos de 1844, mas pode também ser encontrada como um pedaço central na crítica da economia de Marx, tal como O Capital. Onde Nat refere-se ao “ponto de produção ou reprodução capitalista”, nós devemos substituir o termo “trabalho vivo” ou “autotransformação”. Para nós, trabalho vivo é a essência de nossa humanidade; esta é uma categoria que transcende o capitalismo. Isto envolve tudo desde plantar tomates, fazer sexo, até a composição de uma partitura musical”


Eu não posso evitar de pensar que estas formulações não vão suficientemente longe.


Há contradição entre seres humanos e natureza. Isto é, há tanto unidade quanto luta entre os dois. Os seres humanos compõem parte da natureza ao mesmo tempo que conscientemente a transformam através do trabalho e do desenvolvimento das forças produtivas (tecnologia e conhecimento humano).

Eve diz que nossa atividade vital é determinada pelo nosso modo de produção. Ela sugere que o objetivo do comunismo é unir sujeito e objeto o que eu entendo que significa que o trabalho coletivo humano não será mais alienado das coisas que produz. Este conceito enxerga uma unificação dos seres humanos com os frutos de seu trabalho, apesar de ser obscuro o que isto irá significar em consideração à relação do ser humano com a natureza.

Esta concepção é incompleta em duas considerações. Por enquanto uma resolução da contradição entre trabalho socializado e propriedade privada é um verdadeiro objetivo dos comunistas, a contradição ainda será a força impulsionadora da sociedade após a sua realização. Isto é, a contradição entre as forças produtivas e as relações de produção sempre existirá e exigirá alguma forma de resolução.

Em segundo lugar, nosso modo de produção não é somente determinado pela atividade humana, nem tampouco nossa relação com ele será sempre marcada pela absoluta unidade. Os caminhos em que o resto da natureza é concebida (até mesmo se  os seres humanos são considerados parte da natureza) e os caminhos nos quais eles se relacionam na prática, todos são influenciados pelo modo de produção em dado tempo assim como  por várias ideias sociais e filosóficas. No entanto o relacionamento dos seres humanos com o resto da natureza não pode ser subordinada sob qualquer modo de produção dado e até mesmo a resolução da contradição fundamental no capitalismo através da revolução não resolverá as contradições entre os seres humanos e a natureza.

Natureza e cosmos (por exemplo) movem uma luta com a atividade consciente humana e esta luta marca a essência real dentro desta relação.

E há o fato de que o Sol é finito. Ele explodirá um dia e o planeta Terra não será mais habitável. Um asteroide pode atingir a Terra e destruir a nós todos antes disso. Nós devemos constantemente lidar com desastres naturais, secas, e outros aspecto da natureza e do cosmos. A natureza e o cosmos irão constantemente, se a humanidade sobreviver, limitará obstáculos a nossa existência. Para continuar a existir como uma espécie nós devemos resolver constantemente estas contradições em nosso favor.

Mao falou sobre o fim de nosso sistema solar e o fim dos seres humanos como parte de uma contradição que trará novas (mais avançadas) formas de vida a existência. Cientistas maoístas teorizaram que havia um universo aberto e infinito marcado pela descontinuidade e ruptura.

Eu deveria bancar o otimista e dizer que o Sol explode em outros 5 bilhões de nos e que nós também podemos tentar prever quando um asteroide pode se chocar com o nosso planeta, então nós temos algum tempo para acumular conhecimento e desenvolver o emprego das forças produtivas em nossa própria preservação. Talvez a humanidade sobreviva!

Falar sobre um caminho em direção à unidade (a unidade do sujeito e objeto ou dos seres humanos como uma totalidade metabólica) não captura o que os seres humanos entendem como uma coletividade sobre o mundo e o cosmos nos quais vivemos. Nesse mundo a humanidade ela mesma pode avançar apenas através de resoluções positivas de luta e transformações constantes de nós mesmos em relação à natureza e o cosmos.


Estrelas super-maciças e o nascimento de coisas novas.


Eu quero olhar para a formação de buracos negros super-maciços como um meio de pensar sobre como a luta entre opostos é a força essencial impulsionadora na criação de coisas novas. Eu penso que isto será realmente divertido!

Novamente, como nós sabemos, as vidas das estrelas são finitas. Isto é elas vem a ser, elas existem, e então elas morrem durante o decorrer de milhões de anos. Isto inclui nosso próprio Sol, o centro de nosso sistema solar, o qual cientistas prevêem, existirá talvez por outros 5 bilhões de anos e então explodirá.

Estrelas são formadas através nuvens de gás flutuando ao redor e colidindo entre si no cosmos. A gravidade no núcleo de uma estrela lança gases no interior ao mesmo tempo a fusão lança-os para o exterior. Esta relação entre gravidade e fusão mantém estrelas unidas pela duração de suas existências. Entretanto há também grande luta entre estes dois aspectos. A um certo ponto, em todo estrela que existe, a fusão consome o combustível e a gravidade a mantém . Na verdade, de fato este processo está ocorrendo também por toda a vida da estrela, fazendo com que a estrela cresça e torne-se velha.

Algumas estrelas crescem centenas de vezes maiores que o nosso Sol. Estas estrelas são conhecidas como estrelas super-maciças. Explosões de estrelas gigantes são conhecidas como Supernovas. Quando estrelas super-maciças explodem isto é chamado de Hipernova.

Quando uma Hipernova ocorre o núcleo suga todos os gases em volta para seu interior.  A gravidade torna-se absoluta. O núcleo da Hipernova é um buraco negro que é do tamanho de todo um sistema solar. Ele é um buraco negro super-maciço para ser preciso (a maioria dos buracos negros são bastante pequenos estendendo-se ao longo de 20 milhas).


Buracos negros super-maciços e a formação de galáxias.


Assim como o buraco negro suga todos os gases a sua volta para seu interior, ele se torna incapaz de absorver todo este gás. Até certo ponto umas formas quasar. Um quasar é um raio maciço emitido de ambos os lados de um buraco negro super-maciço. Um quasar é a marca de uma galáxia jovem. Lembre-se que gases estão formando estrelas e que aqueles gases passam a colidir uns com os outros. Até certo ponto o buraco negro não pode mais absorver mais nenhum gás e o quasar extinguir-se da existência. Ao mesmo tempo a gravidade criada pelo buraco negro desenvolve-se de tal maneira que as estrelas começam a orbitar em volta dele, exatamente como planetas orbitam em volta das estrelas e as luas em volta dos planetas. O enfraquecimento do quasar marca o meio da vida de uma galáxia.

Pensa-se agora pelos cientistas que buracos negros super-maciços estão no centro não apenas, de nossa galáxia Via –Láctea, mas da maioria que existem, bilhões e bilhões de galáxias. Se nós observarmos com telescópios em direção ao centro de nossa galáxia nós vemos grandes nuvens de gás. Mais além estrelas estão mais dispersas e há menos gás. Telescópios infravermelhos nos mostram que estrelas próximas ao centro da galáxia estão se movendo a milhões de milhas por hora. Cientistas pensam que apenas um buraco negro super-maciço tem a forças que permite às estrelas a viajar a tais velocidades.


Buracos negros super-maciços e dialética. 


Então essas descobertas e especulações parecem sugerir uma forma de movimento onde a luta entre opostos realmente conduz à transformação, o nascimento de coisas novas. Unidade e ordem têm sempre de ser apenas temporários. Nós também vemos irregularidade do movimento, tal que não há um equilíbrio entre fusão e gravidade. A fusao ajuda a manter uma estrela unida pela maior parte de sua vida mas eventualmente a gravidade se torna dominante, a estrela consequentemente pode explodir, e no caso da Hipernova um buraco negro é formado. Um novo processo se inicia tal que ele conduz mais provavelmente para a formação da galáxia.

Em um comentário na mesma linha onde eu cite Eve Mitchell, NPC coloca aquelas leis dialéticas na seguinte maneira:


1- Nem particular nem universal são redutíveis um ao outro, mas o universal ainda determina a forma do particular.

2- Estes particulares, embora pensados universalizados através de um único modo de produção, podem ser contraditórios uns aos outros e até mesmo ao próprio universal.

3- Diferentes particulares se interceptam (não necessariamente em uma maneira contraditória), criando pontos únicos. Mas o universal intercepta-se mais, e cada ponto criado por qualquer intercessão abre-se em direção ao universal ele mesmo. Isto significa que, combinando os pontos 1 e 3:

4- Cada particular reflete um fragmento do universal, mas também distorce este fragmento. E o universal reflete cada particular em sua totalidade, distorcendo esta totalidade.



Eu tomo o que os seres humanos estão começando a entender a respeito do cosmos como evidência de que o universal reside no particular, ou melhor, colocar dentro daquela contradição que é tanto universalidade quanto particularidade. Universalidade há em todas as coisas, todo o processo que existe, contém contradição. E particularidade há naquelas especificidades de contradição donde cada coisa particular deve ser entendida tanto em sua interconectibilidade e diferença a fim de entender um dado processo.

Também é verdade que o que é universal em uma situação pode tornar-se particular em outra e vice e versa. Uma estrela e sua relação com os planetas que a orbitam pode ser universal em um momento, mas sua relação torna-se particular quando olhamos o sistema solar dentro do contexto da galáxia por exemplo. E como uma estrela envelhece e quando uma cresce super-maciça e explode tem o potencial para destruir tudo em seu caminho de modo a produzir toda uma nova galáxia e novos planetas e talvez novas formas de vida, bem então nós vemos a relação entre que é universal e que é particular mudando novamente.

De modo similar na sociedade e economia política a contradição fundamental entre produção socializada e propriedade privada pode ser universal em um contexto, embora seja articular em relação à contradição entre forças produtivas e as relações de produção que existem em todos os modos de produção.

Nós podemos realmente falar um único modo de produção como universalização de um conjunto de particulares? Como isso pode ser quando um modo de produção desenvolve-se irregularmente e sempre contém dentro de si elementos de outros modos de produção os quais podem afetar fortemente contradições interiores ao modo dominante?

E não é o materialismo dialético uma teoria universal revolucionária que envolve nosso entendimento das coisas fora de nosso entendimento do “modo de produção”?

A ideia de que o universal determina a forma do particular me parece ser muito unilateral, até mesmo com suas ressalvas.

O que significa afirmar que o universal intercepta mais, como NPC diz, que as intercessões de vários particulares, se o universal não pode ele mesmo ser precisado exceto em consideração a fenômenos particulares e processos?

Finalmente, fala de NPC no ponto 3 de que “Diferentes particulares se interceptam (não necessariamente de uma maneira contraditória)”. Mas toda diferença contém contradição, como diz Mao, e cada intercessão de diferentes coisas contém também.  Isto não faz aquelas coisas diferentes coisas diferentes opostas (à totalidade); isto significa que há contradições, que incluem elementos tanto da unidade como da luta.

Eu levanto todas estas coisas como questões para acender discussões posteriores e debates. 

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