Por Nat Winn
(tradução para o português: C.R.)
A dialética
maoísta declara que tudo que existe está em contradição. Contradição contém
dentro de si tanto a unidade quanto a luta. É a luta a força impulsionadora a
dialética e que assenta a base para o processo de transformação. Dialética não
é uma abordagem para algum processo final unificado (sujeito e objeto, por
exemplo).
Na atividade vital a
essência do ser humano.
Eu tenho pensado muito sobre um comentário de autoria de Eve Mitchell onde ela diz:
“Unidade e
luta, juntamente com os de esquerda/libertários marxistas de nossa tendência,
centram nossas análises na categoria filosófica de Marx de trabalho vivo/
autotransformação/ atividade vital, que é diretamente discutida em lugares como
os manuscritos de 1844, mas pode também ser encontrada como um pedaço central
na crítica da economia de Marx, tal como O Capital. Onde Nat refere-se ao
“ponto de produção ou reprodução capitalista”, nós devemos substituir o termo
“trabalho vivo” ou “autotransformação”. Para nós, trabalho vivo é a essência de
nossa humanidade; esta é uma categoria que transcende o capitalismo. Isto
envolve tudo desde plantar tomates, fazer sexo, até a composição de uma
partitura musical”
Eu não posso evitar de pensar que
estas formulações não vão suficientemente longe.
Há contradição
entre seres humanos e natureza. Isto é, há tanto unidade quanto luta entre os
dois. Os seres humanos compõem parte da natureza ao mesmo tempo que
conscientemente a transformam através do trabalho e do desenvolvimento das
forças produtivas (tecnologia e conhecimento humano).
Eve diz que
nossa atividade vital é determinada pelo nosso modo de produção. Ela sugere que
o objetivo do comunismo é unir sujeito e objeto o que eu entendo que significa
que o trabalho coletivo humano não será mais alienado das coisas que produz.
Este conceito enxerga uma unificação dos seres humanos com os frutos de seu
trabalho, apesar de ser obscuro o que isto irá significar em consideração à
relação do ser humano com a natureza.
Esta concepção
é incompleta em duas considerações. Por enquanto uma resolução da contradição
entre trabalho socializado e propriedade privada é um verdadeiro objetivo dos
comunistas, a contradição ainda será a força impulsionadora da sociedade após a
sua realização. Isto é, a contradição entre as forças produtivas e as relações
de produção sempre existirá e exigirá alguma forma de resolução.
Em segundo
lugar, nosso modo de produção não é somente determinado pela atividade humana,
nem tampouco nossa relação com ele será sempre marcada pela absoluta unidade.
Os caminhos em que o resto da natureza é concebida (até mesmo se os seres humanos são considerados parte da
natureza) e os caminhos nos quais eles se relacionam na prática, todos são
influenciados pelo modo de produção em dado tempo assim como por várias ideias sociais e filosóficas. No
entanto o relacionamento dos seres humanos com o resto da natureza não pode ser
subordinada sob qualquer modo de produção dado e até mesmo a resolução da
contradição fundamental no capitalismo através da revolução não resolverá as
contradições entre os seres humanos e a natureza.
Natureza e
cosmos (por exemplo) movem uma luta com a atividade consciente humana e esta
luta marca a essência real dentro desta relação.
E há o fato de
que o Sol é finito. Ele explodirá um dia e o planeta Terra não será mais
habitável. Um asteroide pode atingir a Terra e destruir a nós todos antes
disso. Nós devemos constantemente lidar com desastres naturais, secas, e outros
aspecto da natureza e do cosmos. A natureza e o cosmos irão constantemente, se
a humanidade sobreviver, limitará obstáculos a nossa existência. Para continuar
a existir como uma espécie nós devemos resolver constantemente estas
contradições em nosso favor.
Mao falou
sobre o fim de nosso sistema solar e o fim dos seres humanos como parte de uma
contradição que trará novas (mais avançadas) formas de vida a existência.
Cientistas maoístas teorizaram que havia um universo aberto e infinito marcado
pela descontinuidade e ruptura.
Eu deveria
bancar o otimista e dizer que o Sol explode em outros 5 bilhões de nos e que
nós também podemos tentar prever quando um asteroide pode se chocar com o nosso
planeta, então nós temos algum tempo para acumular conhecimento e desenvolver o
emprego das forças produtivas em nossa própria preservação. Talvez a humanidade
sobreviva!
Falar sobre um
caminho em direção à unidade (a unidade do sujeito e objeto ou dos seres
humanos como uma totalidade metabólica) não captura o que os seres humanos
entendem como uma coletividade sobre o mundo e o cosmos nos quais vivemos.
Nesse mundo a humanidade ela mesma pode avançar apenas através de resoluções
positivas de luta e transformações constantes de nós mesmos em relação à
natureza e o cosmos.
Estrelas super-maciças e o nascimento de
coisas novas.
Eu quero olhar
para a formação de buracos negros super-maciços como um meio de pensar sobre
como a luta entre opostos é a força essencial impulsionadora na criação de
coisas novas. Eu penso que isto será realmente divertido!
Novamente,
como nós sabemos, as vidas das estrelas são finitas. Isto é elas vem a ser,
elas existem, e então elas morrem durante o decorrer de milhões de anos. Isto
inclui nosso próprio Sol, o centro de nosso sistema solar, o qual cientistas
prevêem, existirá talvez por outros 5 bilhões de anos e então explodirá.
Estrelas são
formadas através nuvens de gás flutuando ao redor e colidindo entre si no
cosmos. A gravidade no núcleo de uma estrela lança gases no interior ao mesmo
tempo a fusão lança-os para o exterior. Esta relação entre gravidade e fusão
mantém estrelas unidas pela duração de suas existências. Entretanto há também
grande luta entre estes dois aspectos. A um certo ponto, em todo estrela que
existe, a fusão consome o combustível e a gravidade a mantém . Na verdade, de
fato este processo está ocorrendo também por toda a vida da estrela, fazendo
com que a estrela cresça e torne-se velha.
Algumas
estrelas crescem centenas de vezes maiores que o nosso Sol. Estas estrelas são
conhecidas como estrelas super-maciças. Explosões de estrelas gigantes são
conhecidas como Supernovas. Quando estrelas super-maciças explodem isto é
chamado de Hipernova.
Quando uma
Hipernova ocorre o núcleo suga todos os gases em volta para seu interior. A gravidade torna-se absoluta. O núcleo da
Hipernova é um buraco negro que é do tamanho de todo um sistema solar. Ele é um
buraco negro super-maciço para ser preciso (a maioria dos buracos negros são
bastante pequenos estendendo-se ao longo de 20 milhas).
Buracos negros super-maciços e a formação de
galáxias.
Assim como o
buraco negro suga todos os gases a sua volta para seu interior, ele se torna
incapaz de absorver todo este gás. Até certo ponto umas formas quasar. Um
quasar é um raio maciço emitido de ambos os lados de um buraco negro
super-maciço. Um quasar é a marca de uma galáxia jovem. Lembre-se que gases
estão formando estrelas e que aqueles gases passam a colidir uns com os outros.
Até certo ponto o buraco negro não pode mais absorver mais nenhum gás e o
quasar extinguir-se da existência. Ao mesmo tempo a gravidade criada pelo
buraco negro desenvolve-se de tal maneira que as estrelas começam a orbitar em
volta dele, exatamente como planetas orbitam em volta das estrelas e as luas em
volta dos planetas. O enfraquecimento do quasar marca o meio da vida de uma
galáxia.
Pensa-se agora
pelos cientistas que buracos negros super-maciços estão no centro não apenas,
de nossa galáxia Via –Láctea, mas da maioria que existem, bilhões e bilhões de
galáxias. Se nós observarmos com telescópios em direção ao centro de nossa
galáxia nós vemos grandes nuvens de gás. Mais além estrelas estão mais
dispersas e há menos gás. Telescópios infravermelhos nos mostram que estrelas
próximas ao centro da galáxia estão se movendo a milhões de milhas por hora.
Cientistas pensam que apenas um buraco negro super-maciço tem a forças que permite
às estrelas a viajar a tais velocidades.
Buracos negros super-maciços e dialética.
Então essas
descobertas e especulações parecem sugerir uma forma de movimento onde a luta
entre opostos realmente conduz à transformação, o nascimento de coisas novas.
Unidade e ordem têm sempre de ser apenas temporários. Nós também vemos
irregularidade do movimento, tal que não há um equilíbrio entre fusão e
gravidade. A fusao ajuda a manter uma estrela unida pela maior parte de sua vida
mas eventualmente a gravidade se torna dominante, a estrela consequentemente
pode explodir, e no caso da Hipernova um buraco negro é formado. Um novo
processo se inicia tal que ele conduz mais provavelmente para a formação da
galáxia.
Em um
comentário na mesma linha onde eu cite Eve
Mitchell, NPC coloca aquelas leis
dialéticas na seguinte maneira:
1- Nem
particular nem universal são redutíveis um ao outro, mas o universal ainda
determina a forma do particular.
2- Estes
particulares, embora pensados universalizados através de um único modo de
produção, podem ser contraditórios uns aos outros e até mesmo ao próprio
universal.
3- Diferentes
particulares se interceptam (não necessariamente em uma maneira contraditória),
criando pontos únicos. Mas o universal intercepta-se mais, e cada ponto criado
por qualquer intercessão abre-se em direção ao universal ele mesmo. Isto
significa que, combinando os pontos 1 e 3:
4- Cada
particular reflete um fragmento do universal, mas também distorce este
fragmento. E o universal reflete cada particular em sua totalidade, distorcendo
esta totalidade.
Eu tomo o que
os seres humanos estão começando a entender a respeito do cosmos como evidência
de que o universal reside no particular, ou melhor, colocar dentro daquela
contradição que é tanto universalidade quanto particularidade. Universalidade
há em todas as coisas, todo o processo que existe, contém contradição. E
particularidade há naquelas especificidades de contradição donde cada coisa
particular deve ser entendida tanto em sua interconectibilidade e diferença a
fim de entender um dado processo.
Também é
verdade que o que é universal em uma situação pode tornar-se particular em
outra e vice e versa. Uma estrela e sua relação com os planetas que a orbitam
pode ser universal em um momento, mas sua relação torna-se particular quando
olhamos o sistema solar dentro do contexto da galáxia por exemplo. E como uma
estrela envelhece e quando uma cresce super-maciça e explode tem o potencial
para destruir tudo em seu caminho de modo a produzir toda uma nova galáxia e
novos planetas e talvez novas formas de vida, bem então nós vemos a relação
entre que é universal e que é particular mudando novamente.
De modo
similar na sociedade e economia política a contradição fundamental entre
produção socializada e propriedade privada pode ser universal em um contexto,
embora seja articular em relação à contradição entre forças produtivas e as
relações de produção que existem em todos os modos de produção.
Nós podemos
realmente falar um único modo de produção como universalização de um conjunto
de particulares? Como isso pode ser quando um modo de produção desenvolve-se
irregularmente e sempre contém dentro de si elementos de outros modos de produção
os quais podem afetar fortemente contradições interiores ao modo dominante?
E não é o
materialismo dialético uma teoria universal revolucionária que envolve nosso
entendimento das coisas fora de nosso entendimento do “modo de produção”?
A ideia de que
o universal determina a forma do particular me parece ser muito unilateral, até
mesmo com suas ressalvas.
O que
significa afirmar que o universal intercepta mais, como NPC diz, que as
intercessões de vários particulares, se o universal não pode ele mesmo ser
precisado exceto em consideração a fenômenos particulares e processos?
Finalmente,
fala de NPC no ponto 3 de que “Diferentes particulares se interceptam (não
necessariamente de uma maneira contraditória)”. Mas toda diferença contém
contradição, como diz Mao, e cada intercessão de diferentes coisas contém
também. Isto não faz aquelas coisas
diferentes coisas diferentes opostas (à totalidade); isto significa que há
contradições, que incluem elementos tanto da unidade como da luta.
Eu levanto
todas estas coisas como questões para acender discussões posteriores e
debates.
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